domingo, 8 de agosto de 2010

Fiz o meu primeiro Trail...

...e diga-se de passagem não fiquei fã...


Passo a explicar, ao jeito do Paulo Bento. Correr, ATLETISMO. Fazer subidas a andar, e num dos casos ter a necessidade de recorrer a por as mãos no chão, MONTANHISMO. Mais, percursos mal sinalizados que me obrigam a correr mais 2km, ORIENTAÇÂO.

O objectivo era fazer um treino longo com companhia, no meio do pelotão. Com os efeitos da constipação ainda a fazerem-se sentir, não tinha intenções de forçar o ritmo. É certo que abusei no 1º km (4:31) mas logo refreei o passo, e fiz a primeira subida a pé, a conselho de gente mais ajuizada e experiente.

Os quilometros que se seguiram - do 3º ao 11º - foram o que de melhor guardo da prova. Apesar de em termos trajecto, ter zonas complicadas com areia solta, vegetação aguçada e uma surreal travessia da linha de comboio..., gostei de correr junto à Lagoa de Óbidos em pleno pôr do sol e ver carpas (?) a saltar na lagoa indiferentes a quem corria.

Chegado ao ponto de separação entre o percurso curto e o longo é que começou o martírio. Para começar, tive o azar de ficar isolado. Todos os atletas que tinha em mira eram da prova principal (trajecto longo). Embrenhado no meio da mata, entre o km 12 e 13 defrontei-me com duas subidas (e respectivas descidas...) que apenas serviram para dar cabo de uma pessoa. Numa delas, vi-me tão aflito que peguei num pau para me apoiar, e mesmo assim tive de recorrer a por as mãos no chão para conseguir progredir.

Como se não bastasse ter perdido completamente o ritmo com a história das subidas, de seguida fui confrontado com uma bifurcação no percurso, em que ambos sentidos tinham indicações. Optei por aquele que tinha a fita branca e vermelha, pois tinha sido, até aí, a referência seguida. Andei uns bons 700 metros até que encontrei um atleta já desorientado, junto a uum cruzamento,a dizer que já tinha ido para todos os lados e não encontrava nenhuma marcação. Demos meia volta e juntaram-se a nós mais dois atletas que também tinham feito a nossa opção. Resultado, se aos 5 km e aos 10 km o GPS indicava uma distância aproximada (diferença de cerca 200m), na tabuleta dos 15 km o meu garmin marcava 16,7 km, ou seja, a brincadeira tinha custado 1,5 km e cerca de 7 minutos.

Mas não ficaram por aqui os motivos do meu desagrado com a prova. No segundo abastecimento, havia água...garrafões...mas não havia copos!!! Enfim, com as mãozinhas que andaram no chão bebi uns goles e segui caminho. Desta vez, já integrado num grupo grande de atletas, voltei a enganar-me no trajecto, resultado aos 20 km o gps marcava 22,2 km.

A parte final era novamente muito acidentada. Sentia que muscularmente já estava nos meus limites, e com receio de me aleijar, optei por fazer a pé uma parte de uma longa subida. Retomada a corrida, decidi também que, assim que chegasse aos 24 km (a distância prevista para o treino), parava e fazia o resto a andar. Coincidência ou não, o que faltava, era a subida ao Castelo, o que dificilmente teria conseguido fazer a correr mesmo que quisesse tal era o empeno!

Em suma, 2h19 depois, cheguei ao fim. Para trás ficou o meu maior treino em termos de tempo (anteriormente, à uns bons 17 ou 18 anos, fizera um treino de 1h5o, isto porque fizera gazeta na sessão da manhã, e à tarde juntei os dois treinos...mas nessa altura, isso terá representado mais de 25 km...).

Óbidos que me perdoe mas para o ano não contem comigo. A culpa não é da prova. Quem aprecia este género de provas certamente terá uma opinião diferente, mas para mim, trail "It's not my cup of tea".

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5 comentários:

joaquim adelino disse...

Olá Nuno, eu penso que o teu objectivo foi conseguido, era previsivel a dureza da prova, eu não conhecia aquele traçado por onde foram na prova "pequena" e por isso não podia dar muitos conselhos.
A quente tens essa opinião, mas acho que mudarás de opinião ao longo dos próximos dias.
Agora boa recuperação.
Abraço.

Jorge Almeida disse...

Fiz os 42 e perdi-me 2 vezes: Uma por seguir outro atleta sem confirmar e outra por ir na conversa e não estar atento! O segredo é se passar 250 metros sem ver uma marca é preferível voltar para trás e reconfirmar!


Boa recuperação

MPaiva disse...

Nuno,

Nunca fiz nenhuma prova desse género e, or isso, não me posso pronunciar com propriedade. De qualquer forma não me sinto muito seduzido, pois sinto muitas dificuldades com as subidas e, para além disso, das coisas que mais detesto é andar perdido.

Apesar disso, um dia farei uma prova desse género.

abraço e bons treinos!
MPaiva

NS disse...

Viva Miguel,

O problema é que aquilo não são subidas, são paredes!!! :-)

Bem que me avisaram que aquilo não era sítio para ir por quilometros, mas eu tinha curiosidade em ver como era, por isso só me posso queixar da minha burrice.

Ainda assim, valeu a pena pela experiência. Só fazendo é que se tem uma noção exacta do que é e do que exige.

António Almeida disse...

Olá Nuno
já tinha passado por aqui e fiquei a pensar se afinal o Nuno não era o atleta com quem eu corri alguns kms (agora sei que é pelas palavras que deixou lá no blog), como lhe disse no sábado até que nem foi das piores em termos de dificuldades, também em termos de marcações não foi das piores, mau foi não existir os copos no 2º abastecimento (eu levava uma garrafa que sempre enchia e por isso não me afectou).
Ficou a experiência.
Boa recuperação.
Abraço.