sexta-feira, 11 de abril de 2014

José Regalo

Comecei a correr aos 13 anos. Estávamos em Setembro de 1987. Para trás ficara o Campeonato Mundial de Atletismo de Roma. Vibrara com a vitória da Rosa Mota e com a medalha de prata de Domingos Castro. Vivo na memória ficou o duelo do Ben Johnson com o Carl Lewis, a "sobrenaturalidade" e excentricidade da Florence Griffith Joyner, a táctica de corrida do Abdi Bile (campeão mundial de 1500 metros, que se deixava ficar em último e nos últimos trezentos metros começava a passar neles) e a vitória na maratona do queniano "japonês" Douglas Wakiuri com as suas luvas.

O ano de 1988 chegou. Ano de Jogos Olímpicos. Nesse ano, apesar das referências nacionais serem o Lopes (que já tinha abandonado), o Mamede e o Leitão, despontavam os gémeos Castro e um atleta do F.C. do Porto que se tornou no meu primeiro ídolo nacional. E a isso, muito se ficou a dever esta prova, que vi em directo na televisão, no tempo em que o atletismo dava em directo no canal 2 a meio da semana!



Depois desta prova, sinceramente convenci-me que seria impossível o José Regalo não tornar-se o próximo campeão olímpico português. Quis o destino, que a malfada meia final fosse corrida em grande parte descalço e a final, em vez de ser um passeio rumo ao sonho, tornou-se um pesadelo.

Apesar da qualidade inata, e de alguns bons resultados ao longo da carreira, nunca voltou a atingir a posição destacada que teve na elite mundial em 1988.

«Antes Rei por um dia do que príncipe toda a vida»

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