sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A prova da minha vida (II)

1993. Último ano de júnior. Atleta do Benfica. A caminho dos 19 anos. Seis anos de dedicação extrema, de "vida de monge" (era assim que eu lhe chamava). Olhava para o futuro e via-me a correr. Tirar um curso superior era ponto assente, mas era apenas o plano de contingência, em primeiro lugar estava a corrida. Entrei nesse ano para o ISCAL (Bacharelato de Contabilidade) mas não levava a coisa muito a sério. Achava que queria seguir Economia ou Gestão no ISEG ou na Univ. Nova. Era mais uma razão para me dedicar a 100% ao atletismo. Sabendo que o Campeonato do Mundo de Corta Mato se realizaria em Espanha, era certo que a Federação levaria uma equipa completa (6 elementos) de juniores. Uma internacionalização era porta aberta para o estatuto de alta competição, e a garantia de entrada em qualquer faculdade.

Fui 7º classificado, o primeiro a não ser seleccionado.

A partir desse dia o curso que estava a tirar passou a estar a par da corrida. Outros factores fizeram com que passado pouco mais de um ano abandonasse o atletismo. Inevitavelmente, durante algum tempo interroguei-me "se" não tivesse ficado em 7º, "se" tivesse ficado mais à frente, "se" teria sido diferente...

Hoje o que permanece na memória dessa prova é a recordação de uma "vitória". Apesar de todo afinco depositado no treino da época de inverno, os resultados obtidos em Matos Velhos, no Regional, num Cross em Cáceres, indiciavam que o meu lugar, em condições normais, seria entre o 15º e o 20º. Chegar ao dia D e superar-me, batendo diversos atletas que ao longo da época me haviam ganho - os irmãos Janeiro são o melhor exemplo - faz com que esse 7º lugar na Moita seja a prova da minha vida, sem "ses"...

1 comentário:

joaquim adelino disse...

Obrigado Nuno. É isso mesmo, fiquei feliz por esta confirmação. No início havia alguma coisa que me dizia que havia aqui alguma proximidade, e não me enganei.
Nuno, agora não te vou largar (se permitires podemos tratar-nos assim), esse talento que tinhas tem de ser solto novamente e eu farei tudo o que puder para ajudar.
Um abraço.